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A mostrar mensagens de julho, 2022

PARIS MOSTRA O CAMINHO — REVER AS LEIS URBANÍSTICAS À LUZ DO PRINCÍPIO BIOCLIMÁTICO (2/2)

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Paris revê de A a Z o seu principal projeto de urbanismo, o futuro quarteirão de Bercy-Charenton Sob pressão dos ecologistas, Anne Hidalgo [presidente da câmara municipal de Paris] reduz a metade a área de escritórios e de habitação no futuro quarteirão de Bercy-Charenton, e prevê mais espaços verdes. O processo servirá de aferição para os futuros projetos urbanísticos parisienses.  Em Paris, deveria ser «a urbanização do século». Um verdadeiro sonho para os empreiteiros. Seis imensas torres de escritórios, hotéis, habitações, uma piscina, uma escola...  É certo que essa urbanização foi confirmada. Mas numa configuração totalmente diferente daquela que foi votada em 2018 pelos vereadores de Paris. Afinal, haverá o dobro dos espaços verdes previstos, e duas vezes menos escritórios e habitações, anunciou Emmanuel Grégoire, primeiro adjunto da presidente, Anne Hidalgo, na quinta-feira 21 de abril de 2022. O principal projeto urbanístico da capital é revisto do princípio ao fim. O...

PARIS MOSTRA O CAMINHO — REVER AS LEIS URBANÍSTICAS À LUZ DO PRINCÍPIO BIOCLIMÁTICO (1/2)

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Introdução  É claro que Paris não é Portugal, nem é o Porto. São escalas muito diferentes. Mas, guardadas as proporções, a revisão de decisões urbanísticas devido à necessidade de as colocar à altura da urgência climática aplica-se perfeitamente às nossas cidades. É o princípio bioclimático — mais espaços verdes, menos betão — que deve comandar o novo urbanismo de que precisamos. Não basta celebrar pactos sobre o clima centrados na redução de emissões carbónicas, ao mesmo tempo que se continuam a aprovar projetos de construção que passam pelo abate indiscriminado de todas ou quase todas as árvores existentes num dado terreno e/ou pela impermeabilização intensa de solos até agora vegetalizados. Embora poucos entre os que dizem combater a crise climática o reconheçam ou mostrem tê-lo compreendido, tão ou mais importante que a redução de emissões é a absorção de CO2  graças às árvores adultas, desenvolvidas, ou mesmo supostamente «velhas». Abater essas árvores julgando que é poss...

ELOGIO DA ÁRVORE – 6

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 O apego e admiração pelas árvores na Eco-Cartaxo não é de hoje, mas desde sempre. Como prova disso transcreve-se, praticamente na íntegra, um artigo, intitulado “Árvore minha amiga”, publicado no nosso boletim “A MÃE”, de Agosto de 2014. ---- O ecologista inglês Ted Goldsmith, falecido há uma dúzia de anos, no seu livro editado em português pelo Instituto Piaget sob o título “O desafio ecológico” (que aliás vivamente recomendamos) assinala “ Podeis medir a riqueza dum país, a sua verdadeira riqueza, pela dimensão da sua cobertura vegetal. ” A lista dos benefícios insubstituíveis prestados pelas florestas à vida no Planeta, e inerentemente à humanidade, é imensa. Alguém disse que “ as florestas são o pai e a mãe da chuva ”. Apenas esse facto seria suficiente para evitarmos sem descanso o abate das florestas. Mas elas fizeram, e fazem muito mais. Fabricaram os solos de cultivo, mantêm a sua fertilidade e impedem a sua erosão. Oferecem aos seres vivos o melhor habitat possível. Entre...

ELOGIO DA ÁRVORE - 5

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 A resiliência das árvores De todos os seres que habitam a Terra são as árvores, indiscutivelmente, que vivem mais tempo e que atingem maior dimensão. E mais, segundo Francis Hallé, “ são potencialmente imortais…Se colocadas nas melhores condições possíveis,…ao abrigo de todos os ataques, de todos os perigos, de todos os acontecimentos indesejáveis: verificareis que (as árvores) não morrem ”. Quantas das oliveiras, ainda bem vivas, da região mediterrânica não terão assistido ao desfile das hostes romanas? Todos os anos o máximo de longevidade é batido por uma árvore em qualquer local escondido do globo. O recorde, salvo actualização deficiente, vai nos cinco mil anos. As árvores não conhecem a senescência (envelhecimento) porque os seus genes continuam activos ao longo de toda a sua vida. Enquanto a actividade de muitos dos nossos vinte e seis mil genes diminui durante a nossa existência, nas árvores a actividade dos genes decresce entre a Primavera e o Inverno, mas quando os prime...